terça-feira, novembro 29, 2005

Os Monstros da Maratona

O passado Domingo acordou chuvoso e frio, pouco convidativo a treinos matinais. Estava programado um treino, aquele que seria o meu primeiro treino, com os famosos Monstros da Maratona. Assim, lá honrei eu o compromisso e rumei a Vendas Novas, local escolhido para o encontro.

Os Monstros da Maratona é um grupo curioso e heterogéneo, unido pela paixão pelo desporto e pelo gosto pela corrida. O objectivo do grupo é preparar e participar em Maratonas, um pouco por todo o lado: Sevilha, Londres, Dublin, Boston... só para citar algumas de que ouvi falar.

Feitas as apresentações e colocada a conversa em dia, lá fomos para um treino de 90' que decorreu pelos trilhos da mata local, o que me causou dificuldades acrescidas, pois a minha passada comprida não se dava bem com o piso mole e arenoso. Não obstante estas dificuldades as tarefas foram cumpridas conforme o previsto. O que não estava mesmo no programa foi o agravamento da constipação que me incomodava havia alguns dias.

Como me esqueci de levar a máquina fotográfica para poder recordar o grupo e o momento, ilustro este post com a minha última aquisição: os Nimbus da Asics! Tenho mesmo de arranjar um patrocinador... Já gastei mais em sapatilhas do que no bilhete de avião!

segunda-feira, novembro 21, 2005

David Vaz


O David tem sido um dos meus principais parceiros de treino. Geralmente, no final do dia de trabalho lá nos encontramos para os lados do Estádio Nacional para juntos, pormos a conversa em dia, e malharmos o que houver para treinar.

Para além de excelente pessoa e um bom amigo, o David será o meu segundo grande adversário na Maratona de Paris. Segundo? Sim, o segundo, porque antes de tudo e de todos estão os 42,195 Km do percurso parisiense.

Como será fácil imaginar a nossa proximidade e amizade faz com que nos queiramos bater mutuamente sempre que nos defrontamos, seja naquilo que for. A troca de "galhardetes" e a picardia anima os treinos e aguça-nos o empenhamento. Dizem as más línguas que o David terá mesmo um pequeno caderninho, no qual, dia após dia, vai anotando as minhas provocações, para depois, mais tarde, ter facilidade em mas recordar. Isto claro está, se tiver a felicidade de me bater.

O objectivo do David, segundo o próprio, será mesmo ganhar-me em Paris. Mas tal afigura-se algo redutor, quando comparamos um fulano com experiência na distância, menos uns quantos anos de idade e que parte com dorsal preferencial (melhor marca inferior a 3h00') comigo, rookie nestas andanças.

É a busca revangista do acerto de contas do Triatlo do Fundão... Afinal há 3 anos que lhe ganho à porta de casa e à frente dos amigos...

De qualquer forma fica a referência à sua excelente companhia e boa disposição e a esperança que não me empurre para a valeta no próximo treino.



domingo, novembro 13, 2005

Um teste na prova mítica da Nazaré

A meia-maratona da Nazaré é a mais antiga que se disputa em Portugal. Apesar disso e das boas referências, nunca nela havia participado antes.

Desta vez, e até porque consistia num dos testes definidos na minha preparação, lá rumei eu para a Nazaré, localidade onde não ia havia mais de 30 anos... O mar estava brutal... As ondas elevavam-se bem alto e despedaçavam-se na areia da praia, chegando mesmo, algumas delas, a invadir a marginal nazarena. Fique com pena de não ter a máquina fotográfica comigo. Sem dúvida que teria sacado umas boas imagens.

Iniciei a prova a um ritmo forte. Era minha intenção tentar alcançar o Sérgio Santos para, à semelhança de Almeirim, dividir com ele os restantes quilómetros da prova. E assim foi; chegados ao Km7, estava eu a "morder os calcanhares" ao Sérgio. Contudo, ele nem deu por mim. Forcei demasiado o andamento para me chegar a ele, e quando finalmente o consegui, coincidiu com a passagem do troço mais duro da prova. Paguei o esforço e imediatamente descolei, o ritmo caiu dos 3'30"/3'40" com que tinha rolado nos primeiros 7Kms, para 3'42, 3'50" até aos 4'17". Foram 5 Km em grande dificuldade, a perder várias posições. A partir deste momento, lá consegui encaixar de novo num grupo e terminar já mais à vontade, com ritmos mais condizentes com os meus objectivos, mas tendo de enfrentar um gélido vento noroeste que dificultava a aproximação à meta, que atingi ao final de 1h22'26".

A meia da Nazaré ficou na memória e os treinos vão continuar...

quarta-feira, novembro 02, 2005

A pré-preparação


Disse o "Mister" que tinha de chegar ao início do planeamento com alguns quilómetros nas pernas. Isto do "alguns" é relativo, claro está. São bastantes, muitos mesmo, ainda que feitos a um ritmo confortável.

Terminei a época de triatlo no passado dia 16 de Outubro. Desde então tenho-me mantido fiel aos treinos de natação e a um ou outro dia de corrida, àquele ritmo que habitualmente designo como "pastar a vaca". Pelo meio, ficou a participação em duas corridas, a dar o máximo possível para a distância em cada uma delas.

A Corrida Tejo, na distância de 10Kms e os 20Kms de Almeirim foram os eventos eleitos. A corrida do Tejo é uma prova acessível a quase todos, disputada no magnífico cenário da Marginal, entre Algés e Oeiras. Fiquei aquém das minhas expectativas, com um tempo algo modesto de 38'37", correspondente a uma média de 3'52"/Km.

Já nos 20Kms de Almeirim, basicamente com uma preparação semelhante, a coisa correu melhor. A distância foi coberta em 1h16'37", o que corresponde a uma média de 3'50"/Km. A foto testemunha os instantes que se seguiram à conclusão da prova, quando trocava impressões com o meu amigo e companheiro de triatlo no clube, Paulo Lamego. Do lado esquerdo distinguimos o "mister" Sérgio Santos, meu companheiro nesta prova durante cerca de 18Km.

Agora é tempo de abrir hostilidades. O período de transição terminou; é tempo de começar a correr a sério, rumo ao objectivo Paris2006. Desde segundo-feira que as pernitas não têm descanso...

terça-feira, novembro 01, 2005

A logística



Embora talvez passe despercebido aos menos atentos, a corrida a pé é uma actividade extremamente violenta. Para além do óbvio impacto fisiológico existe uma forte agressão mecânica às estruturas envolvidas no processo.

Fibras musculares, tendões, ligamentos e o tecido ósseo sofrem com os múltiplos, frequentes e fortes impactos contra o solo. Se imaginarmos o número de passadas que efectuamos numa Maratona e os milhões que efectuamos até lá chegarmos, percebemos melhor esta questão.


É por tudo isto que as sapatilhas de corrida assumem um papel tão importante. E como corremos com os pés e não com os olhos, a sua escolha deverá obedecer a análise cuidada dos aspectos fundamentais daquilo que será a nossa actividade. Que distância e em em que piso iremos correr, como se apoia o nosso pé no solo, quanto pesamos. Estes serão talvez os aspectos mais importantes na escolha das sapatilhas com que enfrentaremos o nosso caminho até ao objectivo.

Para já, mantive-me fiel ao meu modelo de sempre, as Asics GT2100, sequela de anteriores modelos que já utilizei, como as GT2070 e GT2090 e que tanto aprecio. Quando o volume crescer e se atirar para distâncias mais obscenas, utilizarei em concomitância um modelo com maior amortecimento, as Asics Nimbus.

Como conselho, permito-me sugerir que será preferível trocar o custo de umas visitas ao fisioterapeuta por umas sapatilhas novas. Ou não?

Como tudo começou


Esta ideia da maratona teve a sua génese a largos milhares quilómetros de distância de casa. Foi na Ásia, precisamente em Gamagori no Japão.

Estávamos do outro lado do mundo, acompanhando a selecção nacional de Triatlo no Campeonato do Mundo, num daqueles eventos em que respira desporto por todos os poros. Sempre que a gestão do tempo nos permitia, lá íamos dar a nossa corrida pela cidade. Da conversa circunstancial, surgiu o desafio do Sérgio Santos, Director Técnico da Federação de Triatlo de Portugal: uma maratona. Vamos fazer uma maratona em Abril. Boston, Roterdão ou Paris foram as hipótese faladas.

Desde logo a coisa ficou a matutar-me na cabeça. Conhecendo-me como me conheço, sabia que com algo a remexer na ideia, havia mesmo era de dar início ao processo de inscrição e começar, o quanto antes, a treinar, para que o objectivo possa ser cumprido. Sim, porque uma maratona exige treino, sob pena de contrairmos uma lesão, ou de sofrermos estupidamente para levar a empresa por diante.

Apresentação


Boas, Eis o meu blog! Foi pensado durante o treino de corrida de hoje de manhã e destina-se a relatar, na primeira pessoa, tudo o que envolve a preparação de uma Maratona. Todos os momentos, todo o sofrimento e, espero que também o prazer conseguido com o cumprir de um objectivo. A minha primeira experiência na distância está marcada para Paris, a 9 de Abril de 2006. A ver vamos.

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